sábado, 26 de janeiro de 2013

Viagem





Bota calcinha,sutian
Um relógio para amanhã
Uma blusa,um jeans
A lavanda de jasmim

Estou louvando o amor prático
Menos dramático
E menos pra sempre:
Ah,pega a escova de dente

E vem.


Neusa Doretto 


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Livre



Pronto, passou.
A dor passou. 
A ansiedade passou. O medo passou.
O amor passou.
Abra os olhos, agora.
Sorria, aliviada.

Você não tem  esperança de mais nada.
Que coisa boa .




Neusa Doretto



domingo, 20 de janeiro de 2013

Check-In




Veio embalar
Depois
Raspar a  poesia  do meu coração

Queimou a lágrima
da solidão larga dos meus passos

Veio ver
o que eu era
O que ainda havia
Pra quem eu dera 
todos os meus dias

Neusa Doretto

sábado, 12 de janeiro de 2013

Janeiros


Há em mim uma pressa, em dizer o instante da vida, o segundo que me traduz. Então, alvoraçada, crio palavras pequenas como pedras onde embrulho a  poesia e jogo  longe. Assim ,  quem pegar, desembrulha e me conhece .Ou me toca.Tira do caminho e  leva consigo.

Há em mim a pressa  de ser intensamente a vida, por onde venho à tona, mar de espontaneidade e repetição. Porque repito os sentimentos mesmo que sejam diferentes ( e o são) 

Repito a vida todos os dias nas batidas do  coração e no andar para frente. Não há originalidade em ser gente. 

Amo e sou amada porque todos amam igualmente, mesmo quando não mais sentem. 

Amo o espaço que há para ser amado em mim e cada sonho plantado alí; flor que nasce para ser apanhada pelas mãos desconhecidas. Porque as mãos do amor são desconhecidas.


Há em mim  o movimento brusco, a mudança repentina de ideia e a 


alma perguntando o porquê de todas as coisas. 



Se tão iguais ,por que ainda quero mais ?






Neusa Doretto

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

poesia vã




pele com pele
na maciez dos corpos 
descansam beijos 

mãos que acolhem
um corpo sinuoso
por entre os dedos



(Neusa Doretto /Vãnessa Gomes)






quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Malandragem


Custou-me os olhos da cara
a doce tara
tirando a visão

Custou-me tanto
o golpe barato
intenso
insensato
desta ilusão

Sem sono
Sem assunto

Eu fui junto
na sua multidão